A casa da Carrapata, desde o desenvolvimento do seu conceito, teve a pretensão de ser audaz, mas discreta, distinguir-se das demais, mas integrar-se no contexto urbanizado que a envolve. É um projeto de génese tradicional, trazida pela preexistência da habitação primitiva. Mas pela exigência do terreno e dos normativos legais, pelo programa e pela vontade de se diferenciar através do uso de materiais comuns, mas habitualmente usados em contextos edificados diferentes dos da habitação (vidro, chapa, cortiça, ferro), tornou-se contemporâneo. A contemporaneidade da habitação traduz-se essencialmente na sua volumetria simples, nos  espaços despojados, mas repletos de caráter, onde os materiais utilizados tanto no interior como no exterior, as escalas concebidas e a dimensão do vão da sala são os factores determinantes e caraterizadores da mesma. Andreia Oliveira, Arquiteta